Potências ocidentais, representadas hoje pelo Grupo 5+1 – os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha – concordaram em retomar as conversas com o Irã, na tentativa de chegar à uma solução diplomática para a crise que envolve o programa nuclear daquele país. Oficiais israelenses, como esperado, demonstraram ceticismo quanto à oferta iraniana feita através de Saeed Jalili, negociador oficial.

Saeed Jalili, negociador iraniano

A notícia vem em meio à recente vitória esmagadora do grupo do Aiatolá Ali Khamenei nas eleições parlamentares, enfraquecendo o presidente Mahmoud Ahmadinejad e, também, da visita do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu à Washington, durante a qual o Presidente Barack Obama reafirmou o alinhamento entre os dois Estados, o comprometimendo dos EUA com a defesa do Estado judeu mas, também, pediu tempo para que uma solução diplomática seja alcançada.

O Diretor-Geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Yukiya Amano, afirmou que todas as instalações sob obervação da agência têm fins pacíficos. Porém, ele também afirma que há suspeitas de que outras instalações, não-declaradas, estejam direcionadas para fins militares. “O Irã não está nos falando tudo. Essa é a minha impressão” afirmou.

O Presidente Obama e o Primeiro Ministro Netanyahu

As palavras de Obama, pedindo por mais tempo para a diplomacia, foram elogiadas pelo líder supremo do Irã. O mesmo, fortificado após os resultados da última eleição, pode estar ganhando mais tempo, já que o discurso pró-ataque israelense tem se intensificado. Na terça-feira (6), foi anunciado que Netanyahu pediu para o Secretário da Defesa, Leon Panetta, aprovar a venda de bombas anti-bunker para as Forças de Defesa de Israel. Tais artefatos seriam cruciais para aumentar as chances de sucesso de um ataque israelense às instalações iranianas.

Aiatolá Ali Khamenei

A população do Irã vive o medo de um possível confronto militar com o Ocidente. Khamenei, por outro lado, vê nesta guerra fria a possibilidade de o regime revolucionário demonstrar força. O Aiatolá vê os EUA como uma potência em declínio, principalmente regional – e a aquisição do artefato nuclear daria ao Irã o instrumentário necessário para consolidar seu projeto de supremacia regional – algo impensável para Israel e, principalmente, para os Sauditas, que observam atentos o desenrolar desta crise. Logo, é prematuro dizer que a oferta de negociação represente, de fato, um arrefecimento por parte de Teerã.

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